domingo, 4 de novembro de 2012

RESUMO HISTÓRICO DA IGREJA CATÓLICA APOSTÓLICA BRASILEIRA



Antes da organização da Igreja católica nacional independente de Roma pelo Bispo Dom Carlos Duarte Costa, houve algumas proposituras e tentativas de implementá-la no Brasil. Durante a Confederação do Equador, foi proposta por Frei Caneca. Durante o período regencial no Império, proposta semelhante foi apresentada pelo Regente padre Diogo Antônio Feijó, partidário da abolição do celibato clerical obrigatório. Já durante a República Velha, o intelectual Rui Barbosa defendeu essa ideia.
Como primeira tentativa de implementar a proposta de uma Igreja católica nacional, em 1912 o cônego Manuel Carlos de Amorim Correia, pároco de Itapira, no Estado de São Paulo, após ser excomungado por Roma, organizou a Igreja Católica Nacional. Contudo, a sua iniciativa não prosperou pela falta de Bispo que a perpetuasse transmitindo a Sucessão Apostólica através de ordenações clericais.
A atual Igreja Católica Apostólica Brasileira, no entanto, perpetuou-se devido às ordenações e sagrações episcopais promovidas pelo seu fundador, o bispo D. Carlos Duarte Costa. Inicialmente Dom Carlos foi deposto da sua antiga diocese de Botucatu por motivos administrativos. Permanecendo como Bispo Emérito da Sé de Botucatu, ele foi designado por Roma como Bispo Titular de Maura, uma extinta diocese do Norte da África. No aspecto político, Dom Carlos era duro crítico do regime autoritário de Getúlio Vargas no Brasil e da aliança do Vaticano com os regimes totalitários europeus.
No aspecto eclesiástico, mantinha posição contra a doutrina da infalibilidade papal, decretada no Concílio Vaticano I, e a favor de uma posição pastoral mais liberal quanto ao divórcio e à liberdade para os clérigos se casarem. Também defendeu e realizou atos litúrgicos na língua vernácula, antecipando-se ao que foi decretado tempos depois pelo Concílio Vaticano II. No entanto, na época em que estava como Bispo da Igreja Católica Apostólica Romana, tais atitudes não tinham o respaldo da alta hierarquia romana, caracterizando, segundo o entendimento da época, rebeldia aos ensinamentos oficiais da Igreja.
Em 1944 foi preso por ordem do governo brasileiro, a pedido do núncio apostólico. No entanto, meses depois foi libertado por pressões internacionais encabeçadas pelo presidente norte-americano Franklin Delano Roosevelt e pelo primeiro-ministro britânico Winston Churchill. Em 1945, Dom Carlos denunciou a Operação Odessa, segundo ele organizada pelo Vaticano para permitir a fuga de oficiais nazistas após a derrota alemã na Segunda Grande Guerra Mundial. Assim, Dom Carlos foi excomungado pelo Papa Pio XII, porém ignorou a mesma e, em 6 de julho de 1945, no Rio de Janeiro, fundou juridicamente a Igreja Católica Apostólica Brasileira.

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