Antes da organização da
Igreja católica nacional independente de Roma pelo Bispo Dom Carlos Duarte
Costa, houve algumas proposituras e tentativas de implementá-la no Brasil.
Durante a Confederação do Equador, foi proposta por Frei Caneca. Durante o
período regencial no Império, proposta semelhante foi apresentada pelo Regente
padre Diogo Antônio Feijó, partidário da abolição do celibato clerical
obrigatório. Já durante a República Velha, o intelectual Rui Barbosa defendeu
essa ideia.
Como primeira tentativa de
implementar a proposta de uma Igreja católica nacional, em 1912 o cônego Manuel
Carlos de Amorim Correia, pároco de Itapira, no Estado de São Paulo, após ser
excomungado por Roma, organizou a Igreja Católica Nacional. Contudo, a sua
iniciativa não prosperou pela falta de Bispo que a perpetuasse transmitindo a
Sucessão Apostólica através de ordenações clericais.
A atual Igreja Católica
Apostólica Brasileira, no entanto, perpetuou-se devido às ordenações e
sagrações episcopais promovidas pelo seu fundador, o bispo D. Carlos Duarte
Costa. Inicialmente Dom Carlos foi deposto da sua antiga diocese de Botucatu por
motivos administrativos. Permanecendo como Bispo Emérito da Sé de Botucatu, ele
foi designado por Roma como Bispo Titular de Maura, uma extinta diocese do Norte
da África. No aspecto político, Dom Carlos era duro crítico do regime
autoritário de Getúlio Vargas no Brasil e da aliança do Vaticano com os regimes
totalitários europeus.
No aspecto eclesiástico,
mantinha posição contra a doutrina da infalibilidade papal, decretada no
Concílio Vaticano I, e a favor de uma posição pastoral mais liberal quanto ao
divórcio e à liberdade para os clérigos se casarem. Também defendeu e realizou
atos litúrgicos na língua vernácula, antecipando-se ao que foi decretado tempos
depois pelo Concílio Vaticano II. No entanto, na época em que estava como Bispo
da Igreja Católica Apostólica Romana, tais atitudes não tinham o respaldo da
alta hierarquia romana, caracterizando, segundo o entendimento da época,
rebeldia aos ensinamentos oficiais da Igreja.
Em 1944 foi preso por ordem
do governo brasileiro, a pedido do núncio apostólico. No entanto, meses depois
foi libertado por pressões internacionais encabeçadas pelo presidente
norte-americano Franklin Delano Roosevelt e pelo primeiro-ministro britânico
Winston Churchill. Em 1945, Dom Carlos denunciou a Operação Odessa, segundo ele
organizada pelo Vaticano para permitir a fuga de oficiais nazistas após a
derrota alemã na Segunda Grande Guerra Mundial. Assim, Dom Carlos foi
excomungado pelo Papa Pio XII, porém ignorou a mesma e, em 6 de julho de 1945,
no Rio de Janeiro, fundou juridicamente a Igreja Católica Apostólica Brasileira.
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